abrigo

avesso

março 10, 2010

- Vila Nova de Milfontes -
Dei por mim do avesso.
Ao contrário de tudo o que era o meu mundo, bem longe de mim e atravessada na tua garganta. Voltas e reviravoltas que eu queria que não voltassem, um grito de revolta que lateja na minha veia, e eu calo, calo tudo o que o meu coração bombeia porque sei que a minha força sufoca e eu sinto, sinto que na alma que tenho o espaço vagabundo é teu.
Sou vadia do meu próprio ser e o meu porto de abrigo és tu, feito de palhinhas e pedaços de ti proteges-me da chuva que me cai dos olhos e do vento desassossegado que me aperta o peito. Estou do avesso, transpareço a minha parte de dentro e adormeço com a parte de fora virada para o interior. No fundo, no fundo sei que não me irás retorcer!