Preciso de fugir. O aqui é desconfortável. Talvez advenha daí a minha força, fico e enfrento o que está a causar-me transtorno. Mas não consigo, o que é, é forte demais e esmaga-me por dentro. Quero fugir para um lugar seguro. Não consigo aguentar. Teimo em viver a vida à superfície, mas quando me afundo em mim percebo que há muito mais que tem de ser processado. Não posso continuar à deriva. O meu corpo quer mergulhar na minha alma, porém não me julgo capaz de nadar contra a maré. Todo este percurso tem sido de descoberta, descoberta de mim. E por isso, preciso de fugir, respirar bem fundo e encontrar-me.
Respostas. Tendência descontrolada para a procura das mesmas. Ingresso em mil caminhos formatados por um ponto de interrogação, mas que desencaminham-se em lado algum. Milhões de perguntas e nada. Nada é real. Subentender a verdade inerente em certos actos que nos constrangem ou que nos constroem. Alma de pedra lapidada. Pedaços de qualquer coisa que vão caindo por terra quando a verdade emerge. Mas a verdade que se julga verdadeira é apenas uma máscara, uma capa para um âmago que nos transcende. Nunca seremos capazes de suportar as respostas que tanto ansiamos. Serão apenas diminuídas no valor que lhes concedemos. Respostas.