alma

fugir

novembro 16, 2011

Preciso de fugir. O aqui é desconfortável. Talvez advenha daí a minha força, fico e enfrento o que está a causar-me transtorno. Mas não consigo, o que é, é forte demais e esmaga-me por dentro. Quero fugir para um  lugar seguro. Não consigo aguentar. Teimo em viver a vida à superfície, mas quando me afundo em mim percebo que há muito mais que tem de ser processado. Não posso continuar à deriva. O meu corpo quer mergulhar na minha alma, porém não me julgo capaz de nadar contra a maré. Todo este percurso tem sido de descoberta, descoberta de mim. E por isso, preciso de fugir, respirar bem fundo e encontrar-me.

caminho

respostas

novembro 16, 2011

Respostas. Tendência descontrolada para a procura das mesmas. Ingresso em mil caminhos formatados por um ponto de interrogação, mas que desencaminham-se em lado algum. Milhões de perguntas e nada. Nada é real. Subentender a verdade inerente em certos actos que nos constrangem ou que nos constroem. Alma de pedra lapidada. Pedaços de qualquer coisa que vão caindo por terra quando a verdade emerge. Mas a verdade que se julga verdadeira é apenas uma máscara, uma capa para um âmago que nos transcende. Nunca seremos capazes de suportar as respostas que tanto ansiamos. Serão apenas diminuídas no valor que lhes concedemos. Respostas.

cama

cama

novembro 13, 2011

O lençol na janela ondula ao sabor do vento. No ar fica o perfume dos nossos corpos. Sabes que te conheço como a palma da minha mão. Cada linha desenhada é um pedaço da tua alma. Tive-a em mim, presa em promessas eternas que no primeiro suspiro mais forte me fizeram cair. Mil pedaços de espelho feriram-me os pés, permanece a mancha de sangue no lençol na janela. Quero ficar na cama até a dormência passar.