transfiguração

junho 21, 2012

E o tempo corre como se se quisesse abrigar da chuva, levando consigo todos os assuntos pendentes desta vida tão precoce. E fui, com a maior das esperanças de que a chuva lavasse os meus pecados, o sabor ardente que me escorre para a boca quando caminho sem rumo, sentimentos que outrora estavam perdidos lá no fundo do meu ser. E é tempo, eu sinto. É tempo de reajustar as asas para um novo voo. Clamam-se livres, estas novas crias da sociedade. Embriagadas de sentido, ávidas de perdição. São pássaros prematuros sem instrução. Sem intuição. E o tempo corre como se se quisesse abrigar da chuva. E as crias voam debaixo da chuva, molham-se propositadamente porque bradam aos céus a sua liberdade. E nada do que criam parece real, porque não o é. E nada do que sonham parece real, porque não o é. E nada do que são é real, porque são apenas fragmentos transfigurados de uma sociedade que lhes concede um único dom: o de serem o que não são.

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