pele

dezembro 07, 2012

- Barragem do Alqueva -
São mil coisas que parecem nada. Uma vida reduzida a pó. Uma mão cheia de nada. E os detalhes são esquecidos como se não fizessem parte do plano. E não fazem. É difícil despirmos esta pele. É estranho. E tudo parece que nunca fez parte do plano. Já não são só os detalhes. É tudo. Esta pele já não é nossa. Minha. Sou como a cobra em mudança, as vestes antigas largadas. As roupas usadas, velhas. Em mudança. Eu sou o desapego. O desnorte. Não me agarro com força para não cair. Não encontro o caminho para onde fugir. Eu sou o incompleto da metade errante de ti. Sou a sombra que padece a assombrar. Sei de ti mais do que sei de mim. E é estranho, fora da pele. Conheço o teu desassossego sossegado. Estás a mudar mas estás quieto. Uma quietude pardacenta. Não quero saber, eu sou o desapego. Sai-me da pele.

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