sei lá

fevereiro 03, 2010

- Lagoa de Óbidos -
Traçam-se rascunhos de planos a desenvolver a dois, nascem expectativas envoltas em utopias que cremos como verdades, apenas nossas, mas verdades. O mundo é nosso e a vida só faz sentido se formos duas metades desse mesmo mundo, dessa mesma vida. O sonho não permanece como sonho, porém revela-se como a realidade futura e que nós temos a certeza que irá existir porque somos mais fortes que tudo, mais fortes que todos. E a emoção de nos pertencermos resvala pelas nossas mãos quando alguém quebra a nossa felicidade que até ali era genuína, e o pior, o derradeiro é se o estilhaçar das nossas almas for provocado pela outra metade. Ficamos incompletos, abandonados a um cataclismo emocional que antecipadamente já sabemos que não iremos suportar. É um fosso colossal que se estende no nosso interior e quanto mais nos apertarmos para nós maior é a sensação de termos uma parte do nosso mundo a desvanecer-se. A vida desaba, deixamos de crer no amor, no sentimento. Sabemos que não somos fortes o suficiente para aguentar a dor de perder mais uma vez. Estamos incompletos, parte de nós, metade de nós já se dissipou por outro mundo fora e a metade que nos resta vai-se esbatendo num vazio vicioso. É o vazio que sobra, seco e duro, o nosso corpo apático quer o outro de volta, ter reacção, amar. Contudo a oportunidade findou e a ela se juntou a força de sermos nós, independentes de partes e metades que nos desmoronam a vida e nos rasgam a vivacidade. Murchámos depois de consumidos pela dor e sabemos que por mais que a ferida cicatrize existirá sempre uma brecha que não nos deixará livres de ser outra vez. adeus ,para sempre.

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